A Gerência Regional de Educação de Itajaí iniciou, esta semana, uma série de reuniões com pais de alunas que farão parte da campanha de vacinação contra o HPV, a ser iniciada no próximo dia 10, em todo o Brasil. Diretores e orientadores trabalham no esclarecimento de dúvidas sobre a necessidade da vacinação entre meninas de 11 a 13 anos.
Somente em Itajaí, 589 adolescentes de dez escolas estaduais serão imunizadas contra o vírus responsável pela doença sexualmente transmitida, mais comum no mundo, causadora de tumores benignos e malignos. A vacina protege contra quatro tipos, dois capazes de provocar câncer e dois relacionados ao aparecimento de verrugas. Os tipos 16 e 18, cobertos pela vacina, estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero.
Um dos encontros será realizado na Escola Estadual Paulo Bauer, em Itajaí, na sexta-feira, 7, às 19 horas. A unidade é considerada referência em Santa Catarina na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e uso de drogas entre os alunos. Há 16 anos a comunidade escolar participa do projeto Viva Vida, uma gincana anual que aborda temas ligados à prevenção.
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Educação e Prevenção nas Escolas (Nepre), Elozia de Brito, que atua na rede pública estadual como psicóloga e pesquisadora, existe a preocupação com o sucesso da campanha. “Cada escola receberá profissionais da saúde para a vacinação, não será necessário o deslocamento até os postos”, explica.
Preocupação com a linguagem
O Nepre funciona desde 2006 e formou multiplicadores de prevenção em todas as 42 escolas da rede estadual da região e algumas unidades municipais, com apoio de profissionais da saúde.
O trabalho iniciou a partir de uma pesquisa de campo com dois mil estudantes, em todas as escolas da rede, e que revelou dados alarmantes. Conforme a coordenadora, parcela significativa dos entrevistados revelou ter iniciado a vida sexual aos 11 anos. “Em uma única escola, registramos sessenta adolescentes grávidas, num universo de menos de quinhentos estudantes”, observa. Oito anos depois, na mesma escola, há o registro de duas adolescentes grávidas. A meta é atualizar a pesquisa, como comprovação dos resultados do serviço de prevenção.
A preocupação é com a linguagem usada pelos professores na orientação sexual, que precisa estar em acordo com o contexto social das comunidades e a vivência dos alunos. Os pais fazem parte do processo e tomam conhecimento do trabalho do Nepre a cada início de ano letivo. A experiência do núcleo é uma das cinco a serem apresentadas na Conferência Mundial de Prevenção às DSTs, nos Estados Unidos, em junho, escolhidas pelo governo federal.
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